Uma das maiores dúvidas dos pacientes que chegam ao consultório é a dor após a cirurgia plástica. Afinal, que tipos de dores pode-se esperar após uma cirurgia plástica? Como lidar com elas? É possível fazer algo para reduzi-las ou evitá-las? Se você tem curiosidade sobre o assunto, saiba mais lendo o artigo abaixo.
Em medicina, existe uma expressão chamada “limiar de dor”, que trata da sensibilidade (para a dor) do organismo de cada pessoa. Define-se dor como experiência sensitiva e emocional desagradável, associada a lesão de tecidos, com características próprias do organismo. As características avaliadas devem ser: início da dor, local, irradiação, tipo e duração da dor, atentando também para reações comportamentais relacionadas, como expressão facial, inquietação, ansiedade, insônia, irritabilidade e palidez, entre outras.
Nesse contexto, o controle da dor é peça fundamental no seguimento de qualquer procedimento cirúrgico. Entre as cirurgias plásticas mais realizadas, a lipoaspiração isolada ou associada a outras cirurgias, como abdominoplastia ou próteses mamárias, em geral, cursa com queixas comuns de dor. Por se tratar de cirurgia plástica de contorno corporal, muitas vezes os pacientes são receosos a realização do procedimento pelo fato de haver relatos de níveis elevados de dor.
No período pós-operatório das cirurgias plásticas, a dor costuma ser frequente, sua intensidade depende da influência de fatores fisiológicos, como extensão do trauma durante o procedimento, habilidade técnica do cirurgião, doenças prévias, local e tipo de incisão, além dos fatores psicológicos e culturais do paciente. O resultado insatisfatório em proporcionar alívio adequado da dor no pós-operatório é decorrente, principalmente, da falta de conhecimento dos profissionais da área em relação à mensuração da dor.
Grande parte dos pacientes submetidos às mais diversas cirurgias plásticas não relata dor no período pós-operatório imediato. Todavia, a maioria dos pacientes submetidos a lipoaspiração associada ou não a outros procedimentos relata dor, inclusive intensa, no pós-operatório. Sendo assim, o aprimoramento da técnica anestésica, da técnica cirúrgica e dos procedimentos de enfermagem deve ser buscado, visando à manutenção do bem-estar e do conforto do paciente pela redução dos níveis de dor.
Um dos locais que apresentam dor após uma cirurgia plástica, a depender da localização, são dores na região. Elas podem surgir após uma cirurgia plástica e causar mais desconforto até do que a área em que foi realizado o procedimento. A maioria dos procedimentos demanda que, no pós-operatório, o paciente durma de barriga para cima. Para quem já possui um histórico de dores nas costas antes da cirurgia, essa posição pode ser muito dolorida.
Cirurgias plásticas que envolvem apenas pele e tecido celular subcutâneo normalmente não são dolorosas no pós-operatório, em contrapartida todas que envolvem cartilagem e osso são dolorosas, já que os nervos se encontram nestas localizações.
Ao falar em Lipoaspiração, procedimento estético mais realizado no Brasil, foi definida também como a mais associada à manutenção de quadros dolorosos no pós-operatório. O tratamento inadequado da dor pode levar a alterações cardiovasculares, respiratórias, gastrointestinais, urinárias, neuroendócrinas, metabólicas e psicológicas. Ao passo que o controle eficaz da dor é capaz de reduzir significativamente a morbimortalidade do paciente, uma que vez fornece conforto físico e psicológico, possibilita uma respiração adequada e a mobilização precoce. Na Lipoaspiração, o local lipoaspirado costuma ficar dolorido, mas a intensidade da dor vai depender do limiar de cada paciente, conforme a sua sensibilidade prévia para a dor. Isto quer dizer que não é porque uma pessoa que foi submetida à Lipoaspiração teve muita dor que você também terá. Com o passar dos dias, o desconforto vai se tornando cada vez mais leve, até desaparecer por completo. Um fator importante é a extensão da área lipoaspirada, pois quanto maior for a região tratada, maior será o trauma cirúrgico e consequentemente maior poderá ser a dor.
No caso da Mamoplastia há envolvimento apenas de pele, subcutâneo e tecido mamário é escasso em inervação. Logo, a Mamoplastia é considerada um procedimento menos doloroso. Entretanto, a Mamoplastia, como qualquer procedimento cirúrgico em Cirurgia Plástica poderá estar associado a dor. Porém, o controle pós-operatório é feito com medicamentos específicos que levam a uma excelente analgesia, tornando o procedimento de recuperação mais tranquilo e com ótima aceitação.
Para reduzir as dores e complicações no pós-operatório, é muito importante que você esteja com seu peso ideal, tanto para diminuir os riscos cirúrgicos como para melhorar os resultados obtidos. Como resposta ao trauma cirúrgico das cânulas na camada de gordura, é comum haver inchaço e dor nas regiões tratadas, das mais variadas intensidades, como pode ocorrer em qualquer procedimento cirúrgico.
No pós-operatório da cirurgia de Lipoaspiração especificamente, a sensação dolorosa é devida aos edemas (inchaço) e às manchas roxas. Felizmente, essas dores são facilmente controláveis com analgésicos prescritos pelo cirurgião plástico no momento da alta e pelo uso de uma cinta que modela o corpo e reduz o inchaço. A cinta deve ser usada por pelo menos um mês e só deve ser retirada para tomar banho. No mês seguinte, ela será usada apenas para dormir. As sessões de drenagem linfática também colaboram muito para que a sensação dolorida da lipoaspiração diminua. Isso porque, ela elimina os eventuais edemas resultantes do procedimento.
Nesse contexto, dor é uma experiência individual. Isso quer dizer é variável de pessoa para pessoa, sendo influenciada por uma série de fatores, entre gênero, pois homens costumam ter um limiar de dor menor do que as mulheres; idade: adultos podem sentir menos dores que os mais jovens; respostas individuais do organismo à intervenção cirúrgica; tipo de anestesia utilizada; tipo e porte do procedimento: cirurgias mais extensas, como lipoaspiração e mamoplastia, tendem a ser mais doloridas.
O tratamento da dor após realização de cirurgia plástica deve ser multimodal, ou seja, deve envolver uma combinação de estratégias que visam a reduzir o desconforto do paciente, melhorando a qualidade da sua recuperação. Esse planejamento geralmente envolve estratégias comportamentais, que devem partir do próprio paciente, e medicamentosas, com o receituário indicado pelo médico. Outro ponto importante é que, quanto menor a dor durante a recuperação, menores são as chances de o paciente desenvolver dores crônicas. Por isso, o bom controle da dor é um fator fundamental para o sucesso da cirurgia e que todo bom profissional deve considerar no seu planejamento.
Por fim, independentemente do caso, o paciente deve sempre procurar seu médico o mais rápido possível quando a dor se tornar muito aguda e, principalmente, em casos em que ela venha acompanhada de sinais como febre, presença de pus ou sangramento.
Cirurgias estéticas são procedimentos invasivos e demandam cuidados. Por isso, cada caso precisa de um olhar individual e especializado do cirurgião responsável. Assim, procure um profissional capacitado no qual fique à vontade para esclarecer todas as dúvidas.
