O mês de Outubro de veste de rosa para conscientizar sobre a importância da prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama. Considerando a alta incidência do câncer de mama, o objetivo da campanha é compartilhar informações sobre a doença, por isso é importante ficar alerta aos sinais, já que a descoberta precoce é fundamental para o bom controle da doença.
Nesse contexto, preparamos um texto relacionando Cirurgia Plástica e Câncer de Mama!!
Lembrando que quando aparecer algum sinal preocupante é importante buscar um profissional para sanar todas as dúvidas. O mais importante é o acompanhamento preventivo! Faça o autoexame e passe nas consultas de rotina com seu ginecologista e/ou mastologista.
O câncer de mama é a patologia maligna mais incidente nas mulheres e a sua incidência apresentou um crescimento contínuo na última década, o que pode ser resultado de mudanças sócio-demográficas e acessibilidades aos serviços de saúde.
O rastreio organizado e sistematizado das mulheres garante a detecção precoce de lesões malignas na mama. Essa intervenção pode determinar uma menor morbidade e maiores chances de cura. A mamografia de rastreamento – exame de rotina em mulheres sem sinais e sintomas de câncer de mama – é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos, segundo o Ministério da Saúde.
Para combater a doença, muitas vezes é necessário realizar a retirada cirúrgica da mama – Mastectomia. Ela preserva a saúde da paciente, porém pode ter um grande impacto físico e psicológico. Nesses casos, a cirúrgica plástica, vai muito além da beleza, ajudando recuperar o bem-estar integral. Também conhecida como Mamoplastia oncológica, a operação de reconstituição da mama pode ser acompanhada de próteses ou não.
Assim, ao mesmo tempo que o câncer é tratado, a cirurgia de reconstrução entra para recuperar a autoestima e amparar o estado emocional da paciente, que pode sofrer com sentimentos como vergonha, medo e insatisfação com o próprio corpo após a retirada da mama.
Nos casos de homens diagnosticados com câncer de mama, ainda que raros, também se realiza cirurgias plásticas para reparar a área afetada pela doença. Nesse sentido, o cirurgião plástico tem grande importância para a reconstrução mamária e para o restabelecimento da qualidade de vida.
O que é e como funciona a Cirurgia Plástica de reconstrução das mamas?
Quando falamos de cirurgia plástica e o câncer de mama, podemos nos referir às cirurgias de reconstrução. Na maioria dos casos, se as condições clínicas da paciente forem favoráveis, é possível fazer a reconstrução das mamas no mesmo tempo cirúrgico da cirurgia para a retirada de parte da mama (mastectomia). Em algumas situações é recomendado esperar que terminem os tratamentos de quimioterapia ou radioterapia para que a reconstrução seja feita – assim é prezada a saúde da paciente e garantido um melhor resultado.
Existem diferentes técnicas para reconstrução das mamas, e elas dependem da quantidade de mama retirada, do tamanho da mama das condições da paciente.
Quando a reconstrução mamária pode ser realizada após Mastectomia?
Após a realização da Mastectomia, existem mulheres, que não se importam em ficar sem uma ou ambas as mamas. Outras sentem-se incompletas sem elas. Para estas, a cirurgia plástica de reconstrução da mama torna-se uma possibilidade.
A reconstrução mamária pode ser realizada imediatamente à retirada das mamas, em um único tempo cirúrgico ou programada para segundo tempo cirúrgico. O momento da reconstrução deve ser discutido com o cirurgião plástico conjuntamente com o cirurgião oncológico e depende de vários fatores, como o tipo histológico do tumor, a necessidade ou não de radioterapia, entre outros. Atualmente, com os avanços do tratamento e das inúmeras técnicas de reconstrução, tem dado preferência à reconstrução imediata no mesmo ato cirúrgico da mastectomia. Porém, mesmo com a reconstrução imediata, a cirurgia pode não prover um resultado adequado, sendo necessários outros procedimentos para o refinamento da aparência futuramente.
A reconstrução imediata da mama nunca deve atrapalhar o tratamento oncológico. Para tanto, a integração da equipe discutindo o tratamento cirúrgico e o tratamento adjuvante, consegue oferecer à mulher uma opção com segurança oncológica e reconstrução da mama.
Já a reconstrução de mama tardia pode ser uma opção para tumores inflamatórios e para pacientes que não podem ser submetidas a reconstrução imediata por problemas clínicos ou para aquelas que não queiram realizar a reconstrução imediata.
As reconstruções mamárias são realizadas pelos SUS?
Todas as mulheres que passam por cirurgia de câncer de mama são candidatas para reconstrução mamária, uma vez que o tratamento leva algum grau de mutilação, podendo causar prejuízos psicossociais.
Em 2013 um projeto de lei fez obrigatória, sempre que possível, a realização da reconstrução da mama no ato operatório em que é feito o tratamento oncológico pelo SUS.
As reconstruções mamárias no Sistema Único de Saúde são realizadas em hospitais públicos (municipais, estaduais, federais e universitários) ou hospitais conveniados ao SUS que estejam habilitados para realizarem a reconstrução da mama.
A decisão sobre o tipo de tratamento deve ser interdisciplinar e costuma ser compartilhada entre o mastologista, o cirurgião plástico e o oncologista.
Entretanto, apesar desse direito conquistado, ainda se observa alguns desafios no tema de reconstrução da mama, como: ampliar o acesso de mulheres aos procedimentos; a redução do tempo de espera para a reconstrução no SUS; garantir a informação às mulheres sobre seus direitos, bem como aos profissionais de saúde; capacitar mais profissionais para a reconstrução imediata; ter equipamentos e insumos (implantes e expansores); e inclusão de novos métodos terapêuticos e diagnósticos.
Mamoplastia de aumento causa Câncer de Mama?
Outubro é um mês dedicado a ações de prevenção ao câncer de mama e, junto a isso alguns mitos começam a ser espalhados e ganham mais força. Nesse mês de combate ao Câncer de Mama, outro questionamento frequente e errôneo é se colocação de prótese de silicone causa câncer de mama.
O implante de silicone é uma das cirurgias plásticas mais frequentes no Brasil. Ainda que tenha se tornado muito popular, diversas dúvidas e mitos sobre a cirurgia e suas consequências continuam surgindo diariamente, assustando muitas pessoas que desejam realizar o procedimento. Por isso, é muito importante que o paciente tenha todas as informações possíveis sobre a cirurgia.
Segundo especialistas, não existe relação entre a mamoplastia e câncer de mama. Além disso, costuma-se afirmar que a prótese de silicone pode interferir na identificação precoce de um nódulo por meio do autoexame ou pela mamografia, porém estudos comprovam que o silicone favorece a projeção anterior da glândula mamária no momento do toque, aumentando, assim, a sensibilidade na palpação de tumores.
Vale lembrar que a mamoplastia de aumento é uma das principais técnicas de reconstrução empregada após pacientes terem as mamas retiradas por causa do câncer. Casos em que um tumor é identificado após o implante, o tratamento é realizado da mesma forma, sem nenhuma alteração devido às próteses.
Nesse contexto, o tratamento do câncer de mama é um tratamento multidisciplinar, envolvendo não somente o aspecto cirúrgico da doença, mas sim o fator clínico, nutricional e psicológico. É importante que a paciente seja assistida por todos os profissionais envolvidos em seu tratamento. O câncer de mama é uma doença agressiva e que ainda possui altos índices de mortalidade, mas que se diagnosticado precocemente e tratada adequadamente tem alto índice de cura, podendo a paciente viver a sua vida com qualidade, autoestima e sentimento de vitória por uma batalha arduamente vencida.