A pele, o maior órgão do corpo humano, é composta por duas camadas, a epiderme, localizada na parte externa, e a derme, na parte interna. Uma das funções da pele é regular a temperatura do corpo, servindo de proteção contra agentes externos, como luz do sol e calor, contra agentes infecciosos e agentes químicos. Diante disso, o câncer de pele é um dos mais comuns no Brasil, e deve ser visto com atenção.
Ao falar em Câncer de Pele nos vem à cabeça procedimentos relacionados à Dermatologia. Entretanto, uma parte considerável dos procedimentos realizados diariamente envolvem uma equipe multidisciplinar, composta também por Cirurgião Plástico.
O que é Câncer de Pele?
O câncer da pele responde por boa parte de todos os diagnósticos desta doença no Brasil. O tipo mais comum, o câncer da pele não melanoma, tem baixa letalidade, porém alta incidência. A doença é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Essas células se organizam formando camadas e, de acordo com as que forem afetadas, são definidos os diferentes tipos de câncer.
Quais os tipos de Câncer de Pele?
Os tipos de câncer de pele são divididos em não melanoma e melanoma. O câncer de pele não melanoma corresponde a 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). É o tipo de câncer mais incidente no país, porém, apresenta altos percentuais de cura quando detectado precocemente. Já o melanoma é o tipo mais agressivo de câncer da pele.
Os não melanoma são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares. O Carcinoma basocelular (CBC) é o mais prevalente dentre todos os tipos. O CBC surge nas células basais, aquelas que se encontram na camada mais profunda da epiderme. Esse tipo tem baixa letalidade e pode ser curado em caso de detecção precoce. Os locais mais frequentes de aparecimento do CBC são em regiões expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. Podem se desenvolver também nas áreas não expostas, ainda que mais raramente.
Outro tipo de Câncer de pele não melanoma é o Carcinoma Espinocelular (CEC), o segundo mais prevalente dentre todos os tipos de câncer. Manifesta-se nas células escamosas, que constituem a maior parte das camadas superiores da pele. Pode se desenvolver em todas as partes do corpo, embora seja mais comum nas áreas expostas ao sol, como orelhas, rosto, couro cabeludo, pescoço. A pele nessas regiões, normalmente, apresenta sinais de dano solar, como enrugamento, mudanças na coloração e perda de elasticidade.
O Melanoma é o tipo menos frequente dentre todos os cânceres da pele, porém tem o pior prognóstico e o maior índice de mortalidade. Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura são de mais de 90%. O melanoma, em geral, tem a aparência de uma pinta ou de um sinal na pele, em tons acastanhados ou enegrecidos. Essas lesões podem surgir em áreas difíceis de serem visualizadas pelo paciente, embora sejam mais comuns nas pernas, em mulheres; nos troncos, nos homens; e pescoço e rosto em ambos os sexos.
Juntamente com uma equipe multiprofissional, o Cirurgião Plástico é um dos protagonistas no tratamento do câncer de pele, uma vez que é considerado o profissional mais apto a realizar as reconstruções após as ressecções tumorais, pois tem, em sua formação, os conceitos de reparação utilizando-se de enxertos e retalhos. Ao mesmo tempo em que remove lesões cancerígenas, o cirurgião plástico se preocupa com a manutenção da saúde e da aparência.
Como a Cirurgia Plástica pode ajudar no tratamento do Câncer de Pele?
Ao falar em Câncer de Pele nos vem à cabeça procedimentos relacionados à Dermatologia. Entretanto, uma parte considerável dos procedimentos realizados diariamente envolvem uma equipe multidisciplinar, composta também por Cirurgião Plástico.
Existem dezenas de técnicas cirúrgicas para se retirar e reconstruir uma área acometida por tumor de pele. Nos casos simples, a retirada da lesão pode ser reconstruída no mesmo tempo por apenas um fechamento simples com pontos, podendo ser feita em consultório médico com anestesia local.
A depender do caso, muitos cirurgiões plásticos optam por fazer a retirada de tumor de pele com suspeita de agressividade em ambiente hospitalar, pois pode-se ter o suporte de um profissional da anatomia patológica para analisar imediatamente se a lesão foi retirada em sua totalidade e qual o tipo de lesão.
O tratamento de câncer de pele não é o mesmo para todos os pacientes, alguns vão exigir maior complexidade na ressecção e na reconstrução para obter o resultado desejado. É necessário ter uma decisão mútua entre o médico de escolha e o paciente para saber exatamente os riscos e benefícios de cada conduta a ser seguida. Dependendo do tipo, do tamanho e da localização do tumor, a cirurgia plástica para câncer de pele é feita utilizando diferentes técnicas de remoção cirúrgica disponíveis.
Uma lesão pequena pode ser removida com excisão, considerado um procedimento cirúrgico simples. No entanto, o câncer de pele pode ser como uma caixinha de surpresas – o que está visível por fora é apenas uma pequena parte do tumor; por baixo da pele, as células cancerígenas cobrem uma região maior e limites. Nesse caso, utiliza-se uma técnica chamada cirurgia de Mohs (especialmente em casos de lesão no rosto) no tratamento do câncer. O cirurgião precisa se certificar de que todas as células cancerígenas foram retiradas antes de reconstruir a região.
Para reconstrução da lesão pode ser feita utilizando retalho ou enxerto de pele. A técnica de retalho local reposiciona o tecido saudável adjacente sobre a ferida. Já para fazer um enxerto, o cirurgião tem de retirar pele saudável de outra região do corpo.
Quais os cuidados após cirurgia para remoção de Câncer de Pele?
A cirurgia plástica para retirada de câncer de pele busca proporcionar uma aparência mais natural, mas as cicatrizes permanecem e podem ocorrer alterações visíveis de cor, textura e outras diferenças na pele da área reconstruída, principalmente em casos de enxertos. Ainda assim, mesmo que a aparência anterior não possa ser totalmente restaurada, o mais importante é que o câncer de pele seja efetivamente curado.
O câncer de pele pode reaparecer, mesmo curadas, pessoas que já foram diagnosticadas com a doença apresentam maior risco de desenvolver novamente o câncer do que o resto da população. Dessa forma, é importante estar atento aos sinais da doença, realizar, regularmente, o autoexame corporal e agendar um exame anual de rastreamento de câncer de pele.
Junto a isso, proteger-se adequadamente do sol durante toda a vida e cessar o tabagismo para garantir a cicatrização são hábitos que devem ser incorporados à rotina.
Assim como para todas as demais doenças, o alerta para o diagnóstico precoce também prevalece para o câncer de pele. É importante ficar atento às mudanças de texturas e manchas na pele, que são os primeiros sinais. Geralmente, o diagnóstico pode ser feito de forma ambulatorial por meio de exame clínico. Um dos principais fatores é expor a pele ao sol sem proteção e o perigo é ainda maior para pessoas de pele e olhos claros, ruivos ou com sardas, pois possuem maior sensibilidade.
Muito se fala sobre o diagnóstico precoce e o tratamento e prevenção do câncer de pele. Principalmente se for descoberta precocemente, uma equipe multiprofissional composta por dermatologista, cirurgião plástico, oncologista e um assistente psicológico atuará de forma a colaborar no combate à doença. Como cirurgião plástico, é necessário entender as preocupações e necessidades do paciente e sempre direcionar a forma de trazer os melhores efeitos para a saúde e a aparência da pele. É necessário que os cirurgiões plásticos se envolvam desde o início do tratamento, realizando todas as etapas desde a remoção até a reconstrução da pele afetada pelo câncer.
Entender o estilo de vida do paciente, suas características e desejos é uma forma de prosseguir com o tratamento e escolher a melhor forma de abordar a cirurgia. Tanto a segurança quanto o sucesso do procedimento dependem dessa relação entre o médico e paciente.
Embora a cirurgia de câncer de pele seja um tratamento bastante eficiente, investir em prevenção ainda é a melhor forma combater tumores malignos de qualquer tipo. Nesse caso, evitar a exposição excessiva ao sol é a principal maneira para evitar seu desenvolvimento. Nesse sentido, a detecção precoce é essencial para o sucesso do tratamento de tumores, seja ele feito por meio da cirurgia de câncer de pele ou qualquer outro método terapêutico. Por isso, além das medidas preventivas, é recomendado adotar estratégias que permitam o diagnóstico da doença ainda em fase inicial.
O resultado das cicatrizes é dinâmico a curto e longo prazo e depende de uma colaboração do indivíduo no pós-operatório, por essa razão, as visitas de seguimento da cirurgia são importantes. A cirurgia plástica pode melhorar aspectos do corpo e da vida. Dessa maneira, a escolha de um cirurgião no qual confia para realização de uma cirurgia plástica é imprescindível. Por isso, cada caso precisa de um olhar individual e especializado do cirurgião responsável.
Assim, todas as informações aqui citadas não substituem a sua consulta, onde o seu médico irá explicar e detalhar cada item do procedimento, além de sanar todas as suas dúvidas específicas. Procure um médico cirurgião plástico, agende sua consulta e passe em avaliação especializada.