BIA-ALCL e Prótese mamária

Autor: Dr. Vitor Nunes, 31/03/2024

Já ouviu falar em BIA-ALCL? Sabe a relação com Prótese Mamária?

É crucial que as mulheres com implantes mamários estejam cientes do BIA-ALCL e dos sinais e sintomas a serem observados. No entanto, é importante notar que os benefícios dos implantes mamários em termos de autoestima e qualidade de vida muitas vezes superam os riscos associados, especialmente quando discutidos e realizados por um cirurgião plástico qualificado.

Leia o artigo abaixo e fique saiba mais sobre BIA-ALCL e Prótese Mamária.

O que é BIA-ALCL?

O que é BIA-ALCL?

Conhecido pela sigla em inglês BIA-ALCL (Breast Implant-Associated Anaplastic Large Cell Lymphoma), o Linfoma Anaplástico de Grandes Células tem sido associado a implantes mamários.

O BIA-ALCL é uma condição rara, porém séria, que pode ocorrer em mulheres que têm implantes mamários. Trata-se de um tipo de linfoma não-Hodgkin que afeta principalmente a cápsula ao redor do implante mamário e o fluido dentro dessa cápsula. Embora seja importante enfatizar que o BIA-ALCL seja uma complicação rara, é essencial que as pacientes estejam cientes dos sintomas e dos protocolos de acompanhamento.

Quais os sintomas?

Uma das primeiras manifestações pode ser o inchaço perceptível em uma das mamas, que pode ocorrer devido ao acúmulo de fluido ao redor do implante. Algumas mulheres podem apresentar desconforto ou dor contínua na área do implante mamário.

Uma mama pode parecer maior ou diferente em forma em comparação com a outra devido ao acúmulo de fluido ou à presença do linfoma. Pode ocorrer também uma alteração na textura da mama ou na forma do implante, como irregularidades na superfície da pele ou deformação do implante.

Uma protuberância ou massa pode ser sentida na área do implante durante o autoexame da mama. Em alguns casos, pode ocorrer uma erupção cutânea na pele que cobre o implante mamário.

É importante lembrar que esses sintomas podem variar de mulher para mulher, e nem todas as mulheres com BIA-ALCL apresentarão todos esses sinais. Além disso, esses sintomas também podem ser causados por outras condições mamárias benignas, por isso é essencial procurar orientação médica para uma avaliação completa se houver preocupações.

Quais as causas de BIA-ALCL?

Quais as causas de BIA-ALCL?

Até o momento, as causas exatas do BIA-ALCL não são totalmente compreendidas, mas há várias teorias e fatores que podem contribuir para o seu desenvolvimento. Acredita-se que o BIA-ALCL possa estar relacionado a uma resposta inflamatória crônica do organismo ao implante mamário, particularmente à cápsula fibrosa que se forma naturalmente ao redor do implante como parte do processo de cicatrização.

Estudos sugerem que os implantes mamários texturizados podem ter uma associação maior com o desenvolvimento de BIA-ALCL em comparação com os implantes lisos. A textura da superfície do implante pode desempenhar um papel na irritação crônica da cápsula e na inflamação associada.

Alguns pesquisadores exploraram a possibilidade de que fatores genéticos e imunológicos possam influenciar a suscetibilidade de uma pessoa ao desenvolvimento de BIA-ALCL. Estudos adicionais são necessários para entender melhor essa relação.

Embora raro, há evidências sugerindo que a contaminação bacteriana dos implantes mamários durante o processo de fabricação ou implantação possa desempenhar um papel no desenvolvimento do BIA-ALCL em alguns casos.

Há estudos que levantam a hipótese de que a exposição a determinados agentes tóxicos ou substâncias químicas encontradas nos implantes mamários, como silicone ou metais pesados, pode estar associada ao desenvolvimento do BIA-ALCL. No entanto, as evidências são limitadas e mais pesquisas são necessárias para confirmar essa ligação.

É importante ressaltar que o BIA-ALCL continua sendo uma condição muito rara e que a grande maioria das mulheres que têm implantes mamários não desenvolve essa doença. A compreensão das causas subjacentes ao BIA-ALCL está em constante evolução à medida que novas pesquisas são realizadas.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do BIA-ALCL geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar e pode incluir alguns passos.

O cirurgião plástico realizará um exame físico detalhado das mamas, procurando quaisquer alterações, como inchaço, dor, assimetria ou presença de nódulos. O mesmo poderá solicitar exames de imagem, como ultrassonografia mamária ou ressonância magnética das mamas, para avaliar a presença de coleções de líquido ao redor do implante ou para identificar outras alterações suspeitas.

Se houver suspeita de BIA-ALCL com base nos resultados do exame clínico e dos exames de imagem, o médico pode realizar uma punção aspirativa para coletar uma amostra do líquido ao redor do implante. Este procedimento é realizado utilizando uma agulha fina para aspirar o fluido da área ao redor do implante. A amostra de fluido é então enviada para análise laboratorial. Os especialistas irão examinar as células presentes no fluido para identificar se há sinais de linfoma, como a presença de células anormais.

Se os resultados da punção aspirativa sugerirem a presença de BIA-ALCL, é geralmente recomendada a realização de uma biópsia. Durante este procedimento, uma amostra de tecido da área afetada é retirada para análise patológica mais detalhada. Após o diagnóstico de BIA-ALCL ser confirmado, o médico pode realizar exames adicionais para determinar a extensão da doença, incluindo exames de imagem como tomografia computadorizada (TC) ou PET-CT.

O diagnóstico preciso do BIA-ALCL é essencial para garantir o tratamento adequado e o acompanhamento adequado da doença. É importante que o diagnóstico seja realizado por profissionais de saúde especializados e experientes no manejo de doenças relacionadas a implantes mamários.

Como é feito o tratamento do BIA-ALCL?

O tratamento do BIA-ALCL pode variar dependendo do estágio da doença e das necessidades individuais do paciente. Geralmente, o tratamento envolve uma abordagem multidisciplinar, com a colaboração de oncologistas, cirurgiões plásticos e outros especialistas em saúde.

Em muitos casos, o tratamento inicial do BIA-ALCL envolve a remoção cirúrgica completa do implante mamário afetado e da cápsula fibrosa que o rodeia. Este procedimento é chamado de exérese completa da cápsula e implante (ECRI). A remoção completa do implante e da cápsula pode ajudar a controlar a doença e reduzir o risco de recorrência.

Em alguns casos, especialmente se o linfoma estiver localizado na área ao redor do implante mamário, a radioterapia pode ser recomendada após a remoção do implante. A radioterapia utiliza radiação de alta energia para destruir as células cancerígenas e reduzir o risco de recorrência da doença.

Já em casos mais avançados de BIA-ALCL, nos quais o linfoma se espalhou para além da área do implante mamário, a quimioterapia pode ser recomendada. A quimioterapia envolve o uso de medicamentos específicos para destruir as células cancerígenas em todo o corpo.

Algumas pesquisas estão investigando o uso de terapias-alvo específicas para tratar o BIA-ALCL. Essas terapias visam bloquear os sinais de crescimento das células cancerígenas, ajudando a controlar a doença.

Após o tratamento inicial, é importante que os pacientes com BIA-ALCL sejam acompanhados regularmente por uma equipe médica especializada. Isso pode incluir exames clínicos, exames de imagem e testes laboratoriais periódicos para monitorar a resposta ao tratamento e detectar quaisquer sinais de recorrência da doença.

É fundamental que o tratamento do BIA-ALCL seja personalizado para atender às necessidades individuais de cada paciente e seja realizado por uma equipe médica experiente no manejo dessa condição. O prognóstico para o BIA-ALCL geralmente é bom, especialmente quando diagnosticado precocemente e tratado adequadamente.

A colocação de prótese de silicone pode ter uma série de impactos na vida das pacientes, que vão desde melhorias na autoestima e na confiança até mudanças no estilo de vida e nos relacionamentos pessoais. É essencial que as pacientes discutam suas expectativas e preocupações com seu cirurgião plástico antes da cirurgia e recebam apoio adequado durante todo o processo de recuperação.

Lembre-se sempre de se consultar um cirurgião plástico experiente para discutir suas opções e expectativas em relação à colocação de Prótese de Silicone e seus riscos. Este procedimento pode proporcionar uma transformação significativa, mas é importante estar bem informado antes de tomar uma decisão.

Neste artigo, abordamos somente algumas das principais curiosidades a respeito da relação entre BIA-ALCL e Prótese Mamária. Se você está considerando realizar esse sonho e deseja discutir suas opções ou obter uma avaliação personalizada, estamos aqui para ajudá-lo. Nossa equipe de cirurgia plástica está comprometida em fornecer cuidados de alta qualidade e resultados especializados.


Dr. Vitor Nunes

Dr Vitor Nunes

Cirurgião Plástico

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